Vício em comida entre as minorias sexuais

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Estudos apontam que as minorias sexuais estão mais propensas a enfrentar situações relacionadas ao uso abusivo de drogas e a desenvolverem transtornos mentais, como depressão. Sabe-se que sofrer discriminação, assédio, rejeição podem se tornar gatilhos para o aparecimento desses sintomas. Apesar de haver sugestões na literatura sobre o vício em comida e seu desencadeamento se dar, possivelmente, da mesma maneira que o vício em substâncias psicoativas, há ainda poucas pesquisas na área, ainda mais envolvendo minorias sexuais.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Michigan, EUA, teve como objetivo avaliar a pré-disposição para o vício em comida comparando as minorias sexuais (gays, lésbicas e bissexuais) com heterossexuais.
A amostra foi de 356 participantes, incluindo heterossexuais, gays, lésbicas e bissexuais, os quais foram entrevistados. Dados como idade, orientação sexual, sexo, etnia e Índice de Massa Corpórea foram coletados. Para a avaliação do vício em comida a Yale Food Addiction Scale (YFAS) foi utilizada. Para avaliar relatos de assédio e discriminação, utilizou-se a Heterosexist harassment, rejection and discrimination scale (HHRDS). O nível de autocompaixão foi avaliado por meio da Self-compassion scale (SCS).
Encontrou-se que as minorias sexuais têm maior probabilidade de desenvolver o vício em comida comparados com os heterossexuais. Sofrer rejeição, assédio e discriminação mostrou-se como um fator negativo e ter autocompaixão revelou-se como um fator protetivo.
Esse estudo é pioneiro na área, apesar disso, outros estudos de comunidade se fazem necessários, comparando também as diferenças entre os gêneros.